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O BRINCAR DA CRIANÇA COM CÂNCER: A TRANSCENDÊNCIA DA DOR PARA O PRAZER

22/11/2013 15:04

UNIVAG-Fabiana Cristina Lima

UFMT-Nilzalina Silva Chaparro

Resumo

 

O presente estudo teve como objetivo compreender as ocorrências advindas de envolvimentos lúdicos, proporcionados através de jogos e brincadeiras, de crianças diagnosticadas com câncer. Para a realização desta investigação optou-se pela pesquisa qualitativa como método de condução de estudo, valendo-se da observação participante e da entrevista semi-estruturada como instrumento de coleta de dados. A observação participante ocorreu durante o envolvimento das crianças/sujeitos do estudo em atividades lúdicas desenvolvidas duas vezes por semana, em uma instituição especializada em acolher crianças e adolescentes oriundos de outras localidades, enquanto estiverem passando por tratamento oncológico na cidade de Cuiabá/MT. A entrevista semi-estruturada foi realizada ao final de todo o programa de atividades lúdicas, organizadas para atender a esta investigação, sendo realizada individualmente e transcrita após sua coleta, respeitando a linguagem das crianças. Das doze crianças informantes desse estudo, somente seis foram entrevistadas, vez que três delas tinham recebido alta, duas se negaram a participar justificando estarem envergonhadas e uma delas se encontrava hospitalizada. O programa de atividades lúdicas foi organizado com muita cautela, pois o brincar da criança com câncer possui especificidades que requerem cuidados. No desenvolvimento das atividades, destinou-se uma maior atenção à intensidade e ao tempo de envolvimento, devido às incertezas ainda existentes acerca dessa doença. Para a análise dos dados seguiu-se os passos recomendados por Boemer e Minayo, que possibilitou chegar a dois temas: “A brincadeira levada a sério” e “O brincar da criança com câncer: a transcendência da dor para o prazer”, significativos na compreensão do quanto é prazeroso e divertido para a criança o ato de brincar e, devido aos esforços manifestados para dar continuidade à brincadeira, mesmo quando alguns participantes sentiam desconfortáveis por conta da infusão medicamentosa, ficou claro que a doença física não implica necessariamente em doença existencial e, mesmo acometida por uma doença tão grave e devastadora, a criança não perde sua condição natural, apresentando a mesma necessidade de brincar e se divertir que possuía antes de ter adoecido. Fenômenos estes reveladores da importância do envolvimento lúdico enquanto possibilidade, mesmo que momentânea, de fuga das pressões ocasionadas pela doença. Neste sentido, atividades que tragam interações lúdicas como principal meio de envolvimento para crianças, mostra-se como um recurso indispensável a ser utilizado como auxílio ao tratamento de uma doença tão invasiva como o câncer.

 

Palavras chave: Criança. Ludicidade. Câncer.